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Um negócio da China
Quem nunca comprou ou pensou em comprar um produto chinês, que atire a primeira pedra. Não é preciso circular muito para perceber que, nos últimos anos, o que se vê no Brasil é uma invasão de lojas e produtos chineses. São celulares, televisores, louças, guarda-chuvas, pneus, relógios, brinquedos… A lista dos produtos “Made in China” é enorme.
O maior atrativo dos produtos chineses está no preço, mais barato e competitivo do que os de produção nacional. Fato este, que se deve ao enorme número de trabalhadores chineses e a mão de obra barata. Além disso, temos a diferença de custos de produção, carga tributária muito menor que a brasileira e a valorização do real diante da desvalorização do yuan (moeda chinesa) tornando a concorrência quase impossível.
Junte-se a todos esses fatores a entrada ilegal de produtos chineses no país. Uma das formas de driblar o pagamento de taxas antidumping (termo usado no comércio mundial para quando uma empresa vende seus produtos por um preço abaixo do mínimo de mercado, o que é considerado ilegal pela Organização Mundial do Comércio, OMC) é produzir na China e declarar que produz em Taiwan, na Indonésia ou no Vietnã.
Nos últimos anos, a invasão dos produtos chineses tem provocado o fechamento de várias indústrias brasileiras, acarretando também a diminuição dos postos de trabalho em todo o país. Um exemplo é que das 40 fabricantes de escovas que atuavam no mercado há uma década, apenas duas continuam na ativa.
Ampliando o quadro de análise, registres-se que segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), entre 2005 e 2009, o Brasil deixou de exportar mais de US$ 2,5 bilhões para os países da América Latina por causa da concorrência com a China. Entre as maiores perdas estão o mercado de químicos, de informática, de telecomunicações e máquinas e equipamentos.
Diante desse quadro, qual seria a melhor forma de combater a invasão dos produtos chineses? Apenas aumentar o Imposto sobre Produto Importado (IPI) não é suficiente. É preciso rever as condições do produtor nacional para termos competitividade. Melhorar as condições de produção, reduzindo carga tributária, diminuindo o custo do trabalho e da produção e melhorando a infraestrutura são apenas pontos iniciais. Também é preciso intensificar a fiscalização nas fronteiras e pensar em uma forma de regular um padrão mínimo de qualidade nos produtos importados.
Por fim, registramos que é necessário ter a consciência que a cada produto importado que compramos, estamos deixando de gerar vagas de emprego no Brasil, gerando a vaga no exterior. E que isso reduz o crescimento econômico do país.