Quero aproveitar esta oportunidade de dirigir a vocês minhas primeiras palavras como o novo presidente da ABMES.
Assumo uma instituição que tem quase 35 anos de idade, fundada em 1982, e que representa todas as mantenedoras de ensino superior particular do Brasil, e em especial as quase 500 mantenedoras associadas, dentre universidades, centros universitários, centros de educação tecnológica, faculdades e institutos, localizadas em todos os recantos do território nacional.
A ABMES escreveu e escreve história. Nasceu, cresceu e amadureceu com a mesma vitalidade que caracterizou o espírito dos seus jovens fundadores: os professores Cândido Mendes, Edson Franco, Gabriel Mário rodrigues, seus ex-presidentes, dentre outros. Ganhamos vitalidade, força, credibilidade, poder e reconhecimento nacional.
A trajetória de sucesso da ABMES permitiu, de forma natural, a conceituação de sua missão – embora latente desde o início – de “contribuir para o desenvolvimento global das instituições mantenedoras associadas e defender a livre iniciativa visando à melhoria da educação superior no país”. Além disso, consolidou as bases para a definição e concretização de seu projeto institucional de forma coletiva e inovadora.
A ABMES situa-se, atualmente, como uma instituição fomentadora dos debates sobre os mais importantes temas educacionais e tornou-se referência em estudos críticos sobre a melhoria do ensino superior cujo objetivo consiste em contribuir para a elaboração de políticas públicas para setor.
A entidade desempenha papel de destaque, com o apoio de seu corpo técnico e de consultores, na pesquisa e na elaboração de documentos que fundamentam propostas a serem encaminhadas aos órgãos governamentais, principalmente aquelas referentes aos processos de credenciamento, autorização, reconhecimento, recredenciamento, regulação e avaliação de cursos e das instituições de ensino superior.
Ao longo desses anos, a ABMES viveu momentos muito marcantes e sempre defendeu os direitos e interesses dos mantenedores de ensino superior particular. Este é o papel que continuaremos a desempenhar.
Minhas senhoras e meus senhores.
Sinto-me extremamente honrado em assumir este honroso cargo e agradeço em primeiro lugar a Deus por este momento. Agradeço, ademais, aos meus familiares e toda minha equipe do grupo Ser Educacional, e em especial a confiança depositada por todos os associados e todos os membros da nossa diretoria que, juntos comigo, estarão lutando durante os próximos três anos em prol dos direitos e interesses do ensino superior da livre iniciativa e por via de consequência, em prol de um ensino superior particular de qualidade.
Com efeito, estou ciente de que será enorme a nossa responsabilidade de darmos prosseguimento ao brilhante trabalho do ilustre presidente que nos antecedeu, o professor Gabriel Rodrigues, e de toda sua diretoria, ao fazerem da ABMES uma das mais importantes e respeitadas associações do Brasil.
Expresso, igualmente, meus sinceros agradecimentos a todos que articularam e mobilizaram para a formação desta nova diretoria, me fazendo ver o quanto todos nós devemos ser úteis e comprometidos com a entidade e com os nossos objetivos e ideais.
Agradeço a cada um dos diretores, que juntos, me ajudaram a construir uma plataforma de propostas claras, objetivas e propositivas, cujo espírito crítico, criativo e inovador impera.
Registro que me sinto preparado para assumir tamanha responsabilidade, eis que desde muito jovem fui forjado a ter responsabilidades e a assumir a consciência de que somente nós mesmos somos capazes de construir nossa própria história, nosso próprio destino e nosso futuro.
Os próximos anos não serão fáceis, mas tenho total confiança que com o apoio dos companheiros da atual diretoria e dos demais membros de nossa associação iremos superá-los com tranquilidade.
Minhas senhoras e meus senhores. Caros associados, ilustres membros da diretoria e do Conselho de Administração,
Vivemos em um país conturbado, onde a educação não tem o destaque que merece ter. Especialmente a educação particular. Como mantenedores de instituições de ensino superior particular, sabemos e acreditamos no potencial da educação como única forma concreta de mobilidade social e de transformar o brasil numa nação autônoma, independente e soberana, tanto social quanto economicamente.
O Brasil tem cerca de 2.400 instituições de ensino superior, das quais mais de 2 mil são particulares. Elas representam mais de 75% das matrículas, o que demonstra que o Brasil não pode prescindir delas.
É preciso ressaltar que a expansão do ensino privado, que atualmente garante a formação de profissionais com qualificação para atender as demandas dos setores produtivos de todo o país, se deu, sobretudo, pelo entendimento da sociedade de que através das escolas particulares é possível adquirir uma formação tão enriquecedora, universalizada e focada nas práticas de mercado, quanto à oferecida nas instituições públicas.
Números tão significativos estão repletos de desafios. O Brasil ainda tem índice de analfabetismo alto, principalmente se considerarmos o analfabetismo funcional, e o ensino básico público de qualidade duvidosa em termos nacionais, o que repercute negativamente no ensino superior particular. Se antes o diploma de ensino superior se configurava, tradicionalmente, como símbolo distintivo das classes dirigentes, na última década os dados revelam mudança no quadro, tornando o ensino superior acessível e essencial àqueles que querem oportunidades em um mercado de trabalho cada vez mais especializado e competitivo.
Ainda há muito para se fazer pela educação superior particular no brasil. Para isso, precisamos modernizar a ABMES para atingirmos alguns objetivos cruciais: aumentar o número de associados e promover a união do setor. Para esses objetivos, é fundamental criarmos as ABMES regionais, em parceria com entidades associativas ou sindicais locais, garantindo capilaridade e atenção às diferentes demandas regionais de nossos associados.
Ademais, consiste a educação no instrumento mais efetivo para a redução das desigualdades. É ela que empodera o cidadão para o exercício de seus direitos; que amplia as oportunidades de acesso ao emprego e à renda; que favorece os processos de inovação tecnológica; que amplia os ganhos de produtividade e competitividade; e que é o principal instrumento para a construção de uma cultura de tolerância e paz – valores fundamentais da democracia.
O Brasil precisa acelerar a evolução para uma sociedade do conhecimento e para uma economia inovadora, com uma indústria competitiva. As vicissitudes criadas pela crise política e econômica, além do inevitável ajuste fiscal devem nos inspirar a fazer mais e melhor. Estamos convocados a ter mais gestão, mais criatividade e mais eficiência.
Para tanto, é nosso papel organizar grupo de especialistas para elaborar propostas concretas e tecnicamente embasadas para oferecer ao governo soluções e melhorias referentes as políticas públicas educacionais, bem como aos principais instrumentos regulatórios e de avaliação, sob a ótica das especificidades e regionalidades do setor particular, revisando os atuais indicadores de qualidade que são aplicados de forma mecânica e sem considerar as especificidades previstas na lei do Sinaes.
Para finalizar ilustres companheiros.
Acredito muito na construção “tijolo a tijolo”, na sucessão de atos e fatos que se entrelaçam e dão sentido a tudo. Por isso, me comprometo com a representação do ensino superior particular, com os mantenedores do ensino superior privado e especialmente, com todos os que fazem parte da ABMES e que querem ajudar a transformar o setor da educação superior particular do Brasil.
Estamos vivendo uma nova era em nosso país. Um novo momento histórico. Esta nova era impõe aos dirigentes das instituições associativas, posturas negociadoras, porém, sem subserviência. Exige atuações combativas com ousadia, coragem, firmeza, independência, autonomia, responsabilidade e ética na defesa, inclusive judicial, das teses, das ações e dos direitos e interesses do segmento que representam. Esta nova diretoria e o seu presidente se compromete a conduzir os destinos da ABMES na defesa dos direitos e interesses das mantenedoras do setor com base nos princípios da ousadia, coragem, firmeza, combatividade, independência, lisura, transparência, responsabilidade, ética e respeito.
Assumir a presidência da ABMES é uma grande missão. E chegamos a este momento com muito entusiasmo. Sabendo que somos desafiados, ao lado dessa diretoria, de superar muitos desafios e adversidades no afã de construir uma ABMES maior, melhor, mais respeitada e ainda mais forte na defesa dos interesses dos mantenedores da livre iniciativa e da própria livre iniciativa.
Para tal, implementaremos uma gestão participativa e democrática, com possibilidade de uma única reeleição e com o envolvimento, não só da diretoria executiva, mas de todos os associados, inclusive com implementação de governança coorporativa, tendo o Conselho de Administração já sido criado e hoje será empossado.
Construiremos uma agenda propositiva que integre todas as entidades da educação superior particular, com apresentação de políticas que possibilitem o avanço da expansão da educação superior particular com qualidade, inclusão social e responsabilidade socioambiental.
Lutaremos pela manutenção, ampliação e aprimoramento dos programas de inclusão social que tanto beneficiou o estudante, a sociedade e o Brasil, além de trabalharmos para expandir as representações do setor privado nos diversos colegiados e comissões ligadas à educação, proporcionando uma maior representatividade ao segmento que atuamos
Já dizia Paulo Freire, “defendo a educação desocultadora de verdades. Educando e educadores funcionando como sujeitos para desvendar o mundo”. A educação como prática da liberdade, defendida por ele, enxerga o educando como sujeito da história, tendo o diálogo e a troca como traço essencial no desenvolvimento da consciência crítica.
Muito há de nascer, pois o solo é fértil e muitos semeadores têm trabalhado nele. A educação representa a chave para a resolução de todos os problemas brasileiros. De todos, sem exceção. Povo educado edifica a nação, complexo de imanências e transcendências que reclama protagonismo.
O Brasil precisa de profissionais bem formados e bem qualificados e aptos ao desempenho de novas modalidades laborais e nós, como mantenedores do ensino superior particular, somos responsáveis por isso. Nossas instituições são o espaço predestinado a qualificar o jovem para o mercado de trabalho. Trabalho que, além da essencial dignidade, satisfaça as aspirações de uma geração que não nasceu para a burocracia, para as tarefas repetitivas e desprovidas de sedução.
Concluindo caros amigos.
Agradeço por confiarem a mim o cargo de presidente. Será uma honra poder trabalhar em prol da educação superior particular e da livre iniciativa ao lado de todos vocês.
À diretoria que ora finda seu mandato, e em especial o seu presidente, o professor Gabriel Mario Rodrigues, faço questão de reconhecer publicamente todos os esforços que foram empreendidos nos últimos anos, com sacrifícios pessoais inimagináveis, para conduzir os destinos de nossa associação com habilidade, competência, inovação, criatividade e profissionalismo com a conquista de vitórias inestimáveis para o setor.
Tenho orgulho de fazer parte da ABMES e mais orgulho ainda, em liderar o seu destino nos próximos três anos, e através dela lutarei para valorizar a imagem do ensino superior particular perante a sociedade e junto a todos os veículos de comunicação.
Agradeço de coração ao voto de confiança que todos vocês depositaram em mim, e farei o impossível para honrar a confiança de todos.
Muito obrigado.
